quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Elefantes Brancos

E aí... blog pronto, tudo legalzinho, mas e s postagens???
Até agora não pensei sobre qualquer assunto útil pra falar, então estou postando um texto feito no ano de 2011 com a minha opinião sobre o tanto de dinheiro gasto nos estádios da Copa do Brasil:

"Animais raros. Quem não gosta? E quando tratamos de animais não presentes em nosso rico solo de biodiversidade alguns se interessam ainda mais, porém gostaria de dizer que não gosto de certas espécies raras.

Caro leitor, analise comigo neste momento: Se alguém lhe presenteasse com um lindo e gigante elefante branco e lhe pedisse que o alimentasse e lhe desse todas as condições de uma boa vida, você não iria se chatear?

Esse elefante branco por inúmeras vezes não é um animal, e sim uma obra a ser realizada, a qual, como um elefante branco, gera altos custos de manutenção e praticamente nenhum benefício. Essas obras por muitas vezes são ocultas da população interessada.

Em nosso país essas obras estão se tornando populares demais, algo que me preocupa muito, pois o gasto previsto calculado no início das obras não é o mesmo do término, isso quando ela nem é terminada, ou depois de terminada não tem utilidade. Escolas, praças, postos de saúde, teatros, complexos poliesportivos, estádios são exemplos de obras podem facilmente ser identificados como elefantes brancos.

Nesse momento quero me deter nos elefantes futebolísticos, mais precisamente aos que podem aparecer depois da Copa do Mundo de 2014, visto que somente a soma a ser gasta na construção de estádios em cidades com poucos times nas quatro divisões do futebol brasileiro é de R$ 2, 520 bilhões. Nessas cidades podemos citar, por exemplo, Manaus que tem um orçamento inicial de R$ 500 milhões e tem apenas uma equipe na 4ª divisão. Também posso citar Brasília no Distrito Federal, que tem três times na 4ª divisão nacional e vai gastar R$ 520 milhões.

O problema nesses casos além do orçamento que pode inflar com o passar do tempo, é também sua usabilidade após a competição, pois, como no caso Amazonense, um jogo de 4ª divisão vai lotar um estádio de 42 mil lugares? Será que vamos cobrir os custos gatos?

Quero deixar uma última questão para sua análise: Por que um país com 16,2 milhões de pessoas na linha da miséria, ou seja, que sobrevivem com renda per capita de até R$ 70 por mês vai investir tanto dinheiro público para a construção de estádios que após a utilização na copa vão render apenas aos clubes que detiverem seu domínio. E será que um país tão problemático quando falamos em saúde, vai deixar de construir mais de 13 mil postos de saúde1 ou então mais de 2470 postos de auto-atendimento2 para construir 4 estádios em cidades (Brasília, Cuiabá, Manaus e Natal) com poucos torcedores?

Espero que cada um de nós possa refletir conscientemente sobre a Copa a se realizar em 2014.

· 1 Baseado no valor do posto de saúde construído na cidade de Apiaí/SP. http://www.apiai.sp.gov.br/noticias/noticias.php?id=120&tipo=1

· 2 Baseado no valor do posto de auto-atendimento construído na cidade de Fortaleza/CE. http://www.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=9234&Itemid=239 "

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